Para elementos estruturais de grandes dimensões, como é o caso de lajes, subsolos e paredes de reservatório com altura elevada, a concretagem não pode ser feita de uma vez só. É preciso que o plano de concretagem seja dividido em etapas e o encontro de uma etapa de concretagem com a outra é denominado como uma junta de concretagem. Essas juntas, entretanto, precisam receber tratamento adequado para impedir que problemas de infiltração surjam no futuro.

Mas antes de mais nada, é importante destacar que as juntas de concretagem são diferentes das juntas de dilatação, que dividem a estrutura em elementos distintos e, geralmente, são formadas por um espaço entre as estruturas de concreto de 2 a 3 cm, dependendo do projeto. Uma junta de concretagem, por outro lado, se define apenas como um encontro de dois concretos adjacentes executados em dias diferentes, porém sem espaçamento entre eles.

Por que infiltrações advindas das juntas de concretagem são problemáticas?

Em casos de estruturas hidráulicas, como lajes de subpressão, reservatórios e paredes diafragmas, uma junta de concretagem pode se tornar um ponto crítico já que, de certo modo, representa uma descontinuidade na estrutura.

Em juntas mal executadas ou sem detalhes específicos, é comum que a água encontre caminhos por elas, gerando infiltrações e atingindo a armadura do concreto. Esse tipo de infiltração, além de atingir a durabilidade da obra, pode prejudicar a utilização do local, como por exemplo em subsolos e garagens, onde a água atinge o estacionamento de veículos atrapalha a circulação dos mesmos.

Em ambientes fechados, com grande circulação de pessoas, as infiltrações pelas juntas de concretagem e a umidade que atravessa as paredes podem resultar em problemas de saúde e sensação de mal-estar para os usuários.

Para evitar esse tipo de situação, o tratamento de juntas de concretagem durante a execução da obra é essencial, principalmente em estruturas em contato com água sob pressão.

Por que o tratamento da junta de concretagem é importante?

Como já falamos acima, a má vedação das juntas de concretagem permite a passagem de água sob pressão. Por isso, o tratamento, realizado ainda durante a construção da estrutura, é necessário. 

O tratamento inicial é feito por meio de marteletes ou jatos de alta pressão. Com estas ferramentas é criada uma rugosidade nas primeiras etapas de concretagem, permitindo um melhor empacotamento entre a primeira e a segunda concretagem.

Na sequência, após a criação de rugosidade na superfície da etapa de concreto já executada, é recomendado a colocação de fitas hidro expansivas no trecho tratado, antes da concretagem seguinte. Desta maneira, após a concretagem da segunda etapa, o perfil fica confinado pelo concreto e, quando a estrutura entrar em carga, a água ao iniciar a percolação pela junta irá encontrar o perfil hidroexpansivo. O material então se expande dentro dos vazios da junta e bloqueia a passagem de água por ela.

Quando esse tratamento não é realizado durante as obras, as soluções corretivas incluem a aplicação de sistemas de injeção de resinas. Para situações mais simples e com baixa pressão, o sistema drypack pode ser suficiente.